terça-feira, 23 de março de 2010

Quando o Acreditar se torna Sabedoria


Toda a Criação partiu inicialmente de uma crença, a capacidade que a Vida possui em criar, surge primeiro na vontade em acreditar em si mesmo, só depois a criação dá azos ao resultado.
Prova disso é o ecrã que suporta o texto que lê neste momento, o ecrã foi inventado pela Vida, por alguém que acreditou ser possível criar algo de novo.
Sem crença não pode existir criação, é necessário acreditar que podemos criar, para então conceber o novo.

Porém de nada adianta acreditar, se posteriormente não criarmos, se o resultado dessa crença, não se manifestar como algo pratico na vida de cada um.
Dizem os mestres que a Vida é simples, que a simplicidade remete ao momento, pois bem, acreditar sem usufruir do resultado sem colocar a criação em prática, é semelhante a um lago que se estagnou.

Para atingir sabedoria, a Vida têm de constatar, de experienciar e beneficiar da experiencia, a crença terá que necessariamente deixar de ser um lago estagnado para ser um rio. Isto significa que só adianta acreditar em algo, se a seu tempo a Vida corresponder a essa crença, um resultado terá que existir, terá que se manifestar, de forma a tornar, a Vida daquele que em tempos acreditou, numa Vida prática e funcional para com ele mesmo.

Acreditar significa abertura para com a Vida, contudo acreditar sem resultados não é sabedoria mas sim ignorância. Todo aquele que acredita em algo sem resultados, enganou-se a si mesmo, pois vive em prol de uma crença, e não em prol da experiencia.

Sabedoria é experiencia, é unicidade entre aquele que experimenta, e a experiencia experimentada. O homem sabe que respira, não acredita que respira, são conceitos distintos, um induz a uma distância entre ele e a experiencia, o outro sente, experimenta e é UM com a experiencia.

Actualmente são inúmeros os livros, as pessoas, os autores, os filmes, os documentários, que apontam para uma sabedoria, “oculta” que reside no interior de cada um, uma sabedoria que é sinónimo de uma Vida Consciente, com sentido, e prática.
Uma sabedoria que só fará sentido, e só será sabedoria quando experimentada, quando posta em prática. Muitos alegam acreditar nessa sabedoria, contudo permanecem estagnados na ausência de resultados, outros dizem que não acreditam, vivem fechados para hipótese dessa mesma sabedoria.

Acreditar torna-se assim como o rastilho que pode ou não proporcionar sabedoria, se acreditarmos em algo sem nunca sabermos a veracidade desse mesmo algo, a ilusão permanece e o sentido prático não é manifestado. Mas se acreditarmos em algo, que lentamente é nos colocado de forma prática no nosso dia-a-dia, então existe um resultado uma experiencia uma manifestação.

Acreditar em si, é de facto a porta de acesso há sabedoria, pois só você pode experienciar por si mesmo.
Toda a criação surge da imaginação, a imaginação torna-se assim o combustível para a Criação, porém imaginar e manter-se na imaginação, sem resultados, é pura especulação e fantasia, imaginar com abertura e resultados práticos, é Sabedoria.

Todo aquele que cria que inventa, “sabe que não sabe”, mas está aberto á sabedoria, acredita no fluir mágico que é a Vida, porque é fiel e honesto para consigo mesmo. Aquele que não acredita, é aquele que se fechou a Vida, pois vive na ilusão que sabe, logo enganou-se a si mesmo, não permitindo a abertura ao Novo.

O medo de ter medo


De certa forma a experiencia, têm conduzido o homem ao seu fecho para com a Vida, o medo de resultados que se vivenciaram no passado mantêm-no fechado e com receio do futuro, um futuro que não pretendem que se volte a repetir.

O Homem tem sofrido no seu passado, toda a Historia da Humanidade tem de uma forma ou de outra revelado uma experiencia na sua maioria sofredora. Com guerras descriminação desgostos etc.
Tudo isto em prol do apego, a luta pelo poder pela posse e por fim pelo que julgamos ser a Felicidade.

O julgamento tem iludido o homem, a procura por algo exterior a si leva-o a ignorar o seu interior, a relacionar-se consigo de forma mais profunda.

Contudo o julgamento nem sempre está presente, e assim, inúmeras são as vezes que o Homem age em prol do Coração, em que a acção nasce do seu lado genuíno, e o Amor se manifesta.

O Amor entre Homem e Mulher é o Amor mais belo e magnifico que pode existir entre a Vida. Mas o passado tem conduzido o Homem a um sentimento de posse, sobre esse mesmo Amor, de certa forma a Vida cobiça o momento passado, esse Amor genuíno que em tempos se manifestou.
Quando assim é o medo instala-se, ambos procuram, voltar a experienciar o mesmo Amor, mas agora com o forte impulso de posse, de possuir esse sentimento de forma a não perde-lo, a paixão é prova disso.

Quando o Amor surge, pouco depois nasce o sentimento de medo, de perda, o medo que possamos nunca mais voltar a experienciar esse sentimento apodera-se, e o homem fecha-se assim ao seu lado genuíno, o Amor é agora de certa forma premeditado e manifestado em prol de um lado inconsciente, o de manter o controlo sobre o Amor e a pessoa Amada.

É este o relacionamento que na maioria das vezes causa a ruptura entre os casais, esta é a atitude que leva o Homem e a Mulher a separar-se do seu companheiro.
Quando assim acontece, o medo que tudo isto se volte a repetir instala-se, e a pessoa, passa a viver de forma mais fechada para com a Vida.

O medo é agora fundamentado por experiencias passadas, e a pessoa rejeita a hipótese de ter medo de novo, alega que: …”Não, não têm medo”…, quando na realidade o medo é a raiz pelo o qual a genuinidade não é manifestada. A pessoa pode muito bem sentir um sentimento genuíno de puro Amor pelo próximo, mas desta não se manifesta. Pois o medo que tudo se volte a repetir está no seu inconsciente, e impede-o de SER fiel e feliz consigo mesmo.

Estar aberto para o fluir Natural da Vida, requer confiança na própria Vida, requer uma confiança ao seu lado genuíno, ao seu Coração á sua honestidade, saber que ser Genuíno consigo mesmo é Viver essa magia esse Amor de forma sublime Natural e mágica, que só Vida sem apego sem receios consegue proporcionar.
Viver não sabendo o futuro, não sabendo se o companheiro se mantém na partilha do seu Amor, é confiar que tudo acontece em prol de uma Vida melhor, de uma Vida livre de apego de receio de angústias de tristezas.
É confiar no momento Presente onde a honestidade é sinónimo de felicidade, é sinónimo de uma Vida Consciente que jamais se ignora a si mesma, que reconhece o Amor que nasce do medo, do Amor genuíno que brota do Coração.

A simplicidade da Vida


Viajo, caminho, trabalho, e convivo com a Vida, contigo com os meus amigos, com desconhecidos, com quem me cruzo. Tudo é uma constante mudança na minha Vida. Hoje conheço-te a ti, cumprimento-te, e digo te olá, amanhã conheço outra pessoa e assim consecutivamente. Assim é a Vida tudo muda, tudo contínua, num fluxo Original, onde nada é igual e tudo é diferente.

Que diferença será essa? Onde está essa diferença? Estará a diferença na simplicidade da Vida?
Perguntas, que surgem e fazem parte de uma Vida, que presencia tal diversidade, é natural, e instintivo, enfim! É inato. E face a esta Consciência a Vida em mim se auto questiona.

A diferença só acontece no momento. É no momento que eu aprecio a tua roupa nova, que eu contemplo o teu sorriso, a tua indignação, a tua satisfação, a tua atitude para com a Vida.
Uma atitude que posso ou não me identificar, contudo é a simplicidade da Vida que o momento se manifesta aos meus olhos, uma simplicidade que pode ou não estar em sintonia comigo, ou vice-versa, eu com ela.

Que valor têm essa simplicidade para mim? Ver, observar e contemplar, algo que não têm “mas”… e só apenas “É”. Quando a Vida “É” sem nada adicionar, o julgamento a critica se ausenta, e o que permanece é a Vida, como ela realmente “É”.

Este momento que “É” apenas, é simplesmente o decorrer de um filme o qual todos fazemos parte. Todos temos a capacidade de olhar e de Observar a Vida, por outras palavras de contemplar o momento, de ver o filme.
Mas porquê assistir ao filme? Porque este acto permite-nos ver, o que nos serve e o que não nos serve na vida, permite-me a mim usufruir do mesmo, do momento de forma plena ou não.
É este discernimento que a simplicidade da Vida oferece a todo aquele que a contempla, um discernimento que permite a mim a si e a todos sermos felizes.

Quando não observamos a simplicidade do momento, estamos mergulhados no pensamento, na crítica no julgamento, na premeditação do que esperamos ter, ou experienciar na vida. Existe assim um lado nosso, que ignora o momento, ignorando a diversidade e originalidade do instante, um instante onde tudo acontece pela primeira vez.

Mas será sempre assim? Tenho eu, que Observar a simplicidade da Vida a todo o momento? Faz isso sentido? Não, pois observar um filme e não fazer parte dele é deveras incompleto, giro é, quando eu me torno protagonista deste filme e me sinto Um com ele.
Exemplo disso, é quando estamos Felizes, a felicidade é um estado de SER, e não de Observação, a felicidade pode muito bem ser despoletado pela simples Observação, mas a manifestação da Felicidade é Una com o momento, a pessoa não está a pensar que está feliz, a pessoa É feliz.
Podemos sim, depois reflectir, pensar no momento que passou, ou que está acontecer, mas a felicidade não depende do pensamento da Observação, ela é incondicional e sem limitações, “ a Vida em si quando feliz simplesmente É”.


Bob Sailor com o titulo do seu livro, “O que existe de errado neste momento? Se não pensarmos nele” Convida-nos a ver a simplicidade do que “É” a Vida.
Neste momento tudo está certo e simples. Mas se fugirmos do momento, para Viver no pensamento, então sim tudo se complica, as preocupações, as angustias, etc… todos eles retiram a nossa atenção sobre a Originalidade e simplicidade do que é a Vida.

Uma simplicidade que transmite uma magia, que nem todos estamos dispostos a aceitar.

Olhar por si - Uma Nova Consciência


O que significa olhar por si? Qual a importância e o valor que é realmente olhar por nós mesmos?

Olhar por nós mesmos significa estarmos Conscientes de tudo o que passa connosco. Pensamentos, sentimentos, emoções, são todos eles, características da Vida que existe em cada um de nós. Estar Consciente disso, é reconhecer e aceitar todas essas manifestações existentes em nós.

Quando estamos felizes a necessidade de olhar por nós não existe, pela simples razão que a Vida está feliz em nós, e na presença de felicidade não existe necessidade, contudo quando não estamos felizes, uma carência, uma necessidade se instala.

Um sentimento de tristeza deve ter o seu espaço, deve ser capaz de ser manifestado na sua plenitude, isto significa que não devemos suprimi-lo, ignora-lo ou confronta-lo, contudo não devemos alimenta-lo, apenas e só apenas aceita-lo.
Assim como aceitamos a felicidade que em nós se manifesta, também a magoa a tristeza a revolta ou simplesmente a dor, devem todos eles serem aceites.

Aceitação é pura Consciência, é sinónimo de humildade e honestidade para com a Vida em si. A Vida Consciente jamais ignora, ou foge do que sente, bem pelo contrário, tudo aceita tudo Observa, auto consciencializando-se da natureza dos mesmos.

Olhar para si, é isso mesmo, é reconhecer que as magoas e as tristezas existentes em nós, são fruto de um estado inconsciente da Vida para com a própria Vida.
Existe assim um lado da Vida que sofre, porque a Vida não correspondeu às suas expectativas. Quando olhamos para nós de forma imparcial, sem julgamento sem crítica, mas com coragem e humildade de nos Observar a aceitação torna-se natural. A Consciência depressa torna-se em compaixão, uma compaixão incondicional para consigo mesmo, onde a Consciência é Pai e Mãe de si mesmo, onde o seu lado Consciente aceita o seu sofrimento, pelo que ele é, e não pelo que julgava-mos ser.
Todo sofrimento toda a mágoa, parte do ego, por outras palavras do apego, da expectativa que criamos na Vida, queremos e desejamos que a Vida se proporcione de uma certa e determinada forma, e quando isso não acontece tendemos a sofrer.

A Consciência nada julga, nada critica, tudo aceita tudo Observa e por fim tudo Ama. O Amor tudo transforma, a simples aceitação e Observação são o espaço e fluidez que você permite há Vida em si.
Julgamento e crítica parte do ego, a parte da Vida que se encontra inconsciente para consigo mesmo, é o ego que conduz e em simultâneo critica o acto por si cometido. A ironia reside no simples facto de que, Réu e juiz são ambos os mesmos. Tomar consciência disso é tomar consciência do seu lado inconsciente, e aceita-lo de forma benevolente, como uma criança que acaba de nascer e que necessita de aprendizagem, assim é você, uma criança o qual você deve cuidar e Amar, sempre através da Consciência.

Quando não existe lugar para o Novo


A Vida mostra que ninguém sabe o futuro, mas o Homem teima em julgar que o controla, um controlo que é uma ilusão.
O Controlo têm a sua raiz no medo, o Homem receia um certo e determinado resultado, e face a esse receio ele age em prol do objectivo que pretende.

Contudo essa acção, não é uma acção espontânea livre e criativa, é sim, uma acção premeditada e controlada.
Uma acção repetitiva, que se fundamenta na sua experiência passada, que se apoia em memórias passadas, e que servem a sua justificação, a necessidade em controlar, e se projectar no futuro.

Esta atitude para com Vida revela o receio o medo que Homem têm pela própria Vida, a necessidade de controlo, fê-lo ignorar o momento o espaço onde a Vida decorre, a Magia do Aqui do Agora.

Quando nos preocupamos, o Homem mergulha no tempo, o pensamento se exalta e a necessidade de controlo é estabelecida, os pensamentos desviam assim a atenção do Homem sobre o momento sobre a VIDA, e conduzem-no para uma viagem de ilusão e sono profundo.

O sono profundo, no qual a Humanidade mergulhou é um sono que retirou o Homem do momento para Viver mergulhado em pensamentos. Ele abdica do momento para se identificar com a sua mente, com os seus pensamentos.
Porém a Vida em si, não é apenas o pensamento, a Vida é sinónimo de criação espontaneidade inovação e originalidade.

Originalidade Criação espontaneidade são características inatas da própria Vida, tudo muda tudo se transforma, nada permanece igual. Aceitar este facto, é aceitar a Vida, é permitir a si mesmo a manifestação dessa Vida em si.
Para que isso seja possível o Homem deverá primeiro reconhecer a natureza do medo, quer isto dizer que o medo deverá ser visto como ele realmente “É” e não o que julgamos ser.
Quando deixamos de alimentar o medo, e passamos apenas aceitá-lo como ele de facto é, reconhecemos a natureza efémero do mesmo, todo o medo passa, todo o medo incide no futuro, antecede assim um resultado. No momento em que o medo nos surge, em forma de pensamento, nesse momento ele não é Real, a situação que receamos ainda não se manifestou, existe apenas em forma de pensamento, um pensamento que pode ou não ter credibilidade, uma credibilidade sempre atribuída por si mesmo.

O medo não permite o espaço ao Novo, não permite a manifestação criativa e espontânea da Vida em si.
É na ausência do medo que a Vida evolui, que a Humanidade avança, essa ausência permite que o espaço flua que a Vida se manifeste de forma genuína e original. Solucionando assim os problemas que em tempos julgávamos ter.