quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O relacionamento do Homem com o mundo

O relacionamento do Homem para com o Mundo


A sociedade desde o inicio dos tempos que transmitiu ao Homem a forma pelo qual se deveria viver em sociedade.

Foi assim ensinado que a valorização do Individuo na sociedade seria uma prioridade e que o mesmo só poderia ser adquirido por conquista. Todo este conceito transpôs e substituiu a hipótese remota de viver em prol do colectivo.


A Identidade atribuída ao indivíduo depressa revelou a existência de uma personalidade, como se de um SER separado se tratasse.

Fora então transmitido que a valorização do indivíduo ditava o estatuto e a importância do mesmo face ao colectivo, e ao mundo que o rodeia. A valorização passa assim a ser na maioria dos casos a prioridade do indivíduo, a conquista de valorização dita assim a atenção do indivíduo para com o Mundo.


Em tempos alguém disse: “onde estiver a sua atenção está a sua realidade”


A realidade do Homem passa então a ser o exterior, a busca e a conquista incessante de valorização, quer em forma de estatuto social, quer por forma de bens materiais, são alvo de uma constante cobiça e desejo pela aquisição do mesmo, tudo em prol de uma imagem individual que a sociedade fez questão de ditar como factor primordial de sucesso e de felicidade neste Planeta.


O relacionamento do Homem para com mundo é então um relacionamento de acumulação, de conquista e aquisição, tudo em prol de uma felicidade, que parece nunca chegar por definitivo.

A acumulação de dogmas, ideais, estatuto social, bens matérias, lenta/mente o distraem da sua essência, da criança que em tempos fora, a sua ingenuidade depressa dá lugar a uma mente agitada, premeditada, e compulsiva, que procura incessantemente uma nova conquista para se rejubilar, contudo o contentamento pela aquisição da conquista depressa se revela efémera, pois a felicidade por detrás da conquista é uma felicidade ilusória e momentânea.

As suas características são características finitas, com principio meio e fim, o bem material, ou estatuto social, adquirido revelam-se assim incapazes de satisfazer o indivíduo de forma plena e contínua.


Todo o Homem que deposita a sua felicidade em algo, condiciona a sua felicidade, isto porque a felicidade não pode ser depositada em algo, porque todo “algo” possui características temporais, com principio meio e fim, tudo no mundo exterior muda e se transforma.

Contudo partilhar felicidade com algo, não significa depositar a felicidade em algo, são conceitos opostos. Partilhar significa experienciar, ser UM com o momento da partilha quer seja aquisição de um carro ou a nomeação para um cargo elevado numa empresa, em qualquer dos casos o Homem pode vivenciar a felicidade, sem nunca se condicionar e aprisionar ao “objecto ou nomeação” em causa.


Quando dizemos á vida que só seremos felizes quando conquistarmos algo, estamos a condicionar a nossa Vida a esse mesmo algo. A Vida é sinónimo de Felicidade e nem um nem outro podem ser condicionados, só o podem ser de forma ilusória.


O relacionamento do Homem para com o Mundo têm sido um relacionamento ilusório, sempre em busca da felicidade, uma felicidade que ele fez questão de condicionar e depositar em “algo”.


Parar, e olhar para a Vida é constatar a natureza das coisas, é observar e observar-nos a nós mesmos como sendo co-autores dessa mesma Vida, é olhar para dentro de nós e reconhecer que a felicidade não se busca, VIVE-SE.

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