domingo, 19 de abril de 2009

Controlar a Mente?

Se imaginarmos que a mente é um orgão nosso, e não quêm nós "somos", então faz todo o sentido que a mente não seja controlada. Eu lhe pergunto, o leitor controla algum orgão seu? o coração, o figado? etc.

Não devemos controlar a mente, controlá-la seria como controlar uma nuvem. Consegue o leitor controlar uma nuvem? A resposta é óbvia, não. E o que acontece se tentar faze-lo? Provavelmente o levará a exaustão, isto se for persistente na sua crença.

Controlar significa condicionar. A questão deverá ser colocada assim.

Como então fazer com as nuvens? Observamo-las apenas, pois a sua natureza é como tudo na vida, tudo vem tudo vai, tudo muda. Devemos então, também apenas observar a mente, ter consciência dela própria, como algo que nos "pertence". Mesmo que muitas das vezes não nos identifiquemos, com os pensamentos, o importante será apenas identificar esses mesmos pensamentos.
Face ao chamado pensamentos negativos a Perseverança e a paciência, são sempre virtudes, inicialmente necessárias, para o acompanhamento desse mesmo processo, pois a observação, como o termo indica, implica distância e espaço.

Conforme vamos aceitando, esses meros pensamentos negativos, (os quais não nos identificamos), significa também que tivemos plena consciência da existência deles, e que ao aceitar apenas, sem nada acrescentar, e sem confrontar, permitimos a fluidez do mesmo, ou seja que tal como eles apareceram também desvanecem, (principio, meio, e fim).

O que acontece normalmente, é que as pessoas ficam como que agarradas, ao (meio = Pensamento) prolongando (repetindo) assim o pensamento, atribuindo energia ao pensamento, e com isto prolongam a angustia o receio o medo e a tristeza. A pessoa sente-se (Ferida ou atingida) por outras palavras o seu (Ego) foi ameaçado.
Vou dar um exemplo: Suponhamos que um vizinho seu, o maltrata verbalmente, pois algo o incomodou, e em resposta a esse incomodo, ele reagiu de forma verbal, violenta, insultando-o. Os Seus pensamentos, poderão ser inúmeros, entre os quais poderá ser, que acha injusto a posição do seu vizinho, e com isso sente-se ofendido, provavelmente, alimentará esse pensamento, comentando com os seus Pais o sucedido, ou até com os seus amigos, o quanto foi injusto todo o acontecimento. Provavelmente também você poderá ter pensamentos injuriosos quanto á pessoa em questão. O que se passa aqui, é literalmente o ênfase que foi atribuído ao seu pensamento inicial, atribuindo energia a esse pensamento, e com tudo isto sente-se angustiado e triste. Possivelmente, sempre que se cruzar com essa pessoa, sentirá medo ou angustia, ou até raiva. Tudo por causa, do ênfase que foi dado ao seu pensamento. Não se trata te ter, ou não ter razão, isso é o que a sua mente deseja (o Ego sente-se ferido e pretende reagir), trata-se de como deseja realmente viver a vida, se feliz ou Angustiado?


Após a consciencialização do mesmo, A Boa Noticia, é que conforme vamos contemplando a nossa mente, apenas observando-a, mesmo nestes momentos mais difíceis, podemos comentar connosco mesmo, o seguinte: ...(Olha lá está este pensamento angustiado novamente). Os pensamentos começaram a ser cada vez mais diminutos, e começaremos a ver e a sentir o que realmente importa, que o julgávamos ser importante para nós, não é assim tão importante como considerávamos.


Atenção que contemplar a mente e observa-la, não significa que tenhamos de estar 24 Horas seguidas com atenção exclusiva na nossa mente, isso é impossível e leva á exaustão ou loucura. A chave é o sentimento, sempre que sentir-mos que algo está errado, (triste, angustiado, aborrecido, ou até mesmo confuso) são todos eles sinais do nosso coração para connosco mesmo, tentando alertar-nos que á algo de errado, e que o erro vêm ou têm origem num determinado pensamento (mente), e ai sim observamos, e contemplamos o que se passa, sem termos um instinto reactivo perante a situação em causa.


Apenas quero acrescentar que inicialmente não é de todo fora de normal não conseguirmos distinguir bem o pensamento do coração, já é Perfeito suficiente, aceitarmos e reconhecermos a existência de ambos. Este é um caminho individual, que devemos seguir no nosso íntimo (tendo como ultimo professor e Mestre o “EU” mesmo). Não devemos ser exigentes connosco mesmos, devemos ser sim benevolentes, e ter compaixão connosco mesmos, pois todos temos erros. A chave está em Lembrarmo-nos, que sempre que sentirmo-nos triste connosco mesmos, invertemos o sentimento, dizendo: ...(Bom estou triste porque tal situação ocorreu, mas estou feliz porque tive plena consciência dela, e com tudo isto, estou despertando mais para a vida).


PS: A Vida é uma viagem, onde a verdade está dentro de ti.

Paz

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