domingo, 19 de abril de 2009

Quem é você, sem o seu passado e sem o futuro?

Sem passado, e sem futuro, o que fica? Apenas o momento, o Agora. E o que é você Agora? Você é Vida olhando para a Vida.

Não acrescente nada, não é necessário adicionar, rótulos, nomes, designações, ou pensamentos.

Você “É” Vida, contemplando a Vida.

Esta simplicidade, deixou de ser simples, porque, nós, nos separamos. Enfim, achamos, que devíamos, catalogar tudo, e rotular tudo. O que por si só, não têm “problema”, aliás “problema” é algo que não existe na Vida, só existe problema, fora da Vida, ou seja no contexto temporal.

O Homem necessita de rótulos, de nomes, de designações e de pensamentos. Claro que necessita, testemunho disso são as palavras que lê neste momento. Como seria possível um mundo sem rótulos, sem nomes, sem designações?

O “problema” reside no contexto temporal, que está constantemente relacionado, com os rótulos, e com os nomes. Mesmo inconscientemente, o tempo, passado, ou futuro, projecções abstractas, provenientes da mente egoica, tenda sempre a pedir boleia à interpretação presente, de forma distorcer, adicionar, e valorizar uma ilusão.

Suponhamos, que o leitor se encontra, no topo de uma montanha, contemplando o horizonte, onde, por sua vez, assiste a um pôr-do-sol magnífico.

A Contemplação da paisagem, pode, e grande parte das vezes possui, uma interpretação mental egoica, o contexto temporal tenda assim estar sempre presente.

Primeiro, na maioria das vezes, você sujeito está presente, como ser separado, e com a sua história incluída. Contemplando o pôr-do-sol, você exclama, “que lindo, pôr-do-sol”. E de facto é lindo, contudo sua beleza está condicionada, a um rotulo, a uma separação que não existe. Ou seja, a paisagem ali, e eu aqui.

Experimente agora, vislumbrar o mesmo pôr-do-sol, numa perspectiva diferente, isto é.

Porque não vislumbrar, a si e ao pôr-do-sol em simultâneo. Quando fazemos isso, a separação cessa, pois a perspectiva parte da fonte, imutável que é a sua Consciência. Tente visualizar toda a paisagem consigo incluído, tente ter Consciência da sua Presença, no local, e tenha consciência do próprio local.

Por outras palavras, contemple-se a “si” corpo, e à paisagem ao mesmo tempo.

Quando fazemos isso, algo de mágico acontece, pode SER, por breves instantes, mas a unicidade torna-se óbvia, a exclusão do ego, e da sua interpretação, sobre si mesmo, cessa. O leitor deixa de ser apenas um corpo (sujeito), para SER a Vida contemplando a Vida.

A consciência se expande e se auto consciencializa, da sua presença.

Eu lhe convido, a fazer a experiência, Contemple a Vida, sem passado e sem futuro, contemple a Vida, na sua totalidade, sem se excluir, a si próprio. Contemple a Vida, e inclua-se nela. Porque na Verdade você “É” ela, a Vida.

Tenha Consciência de si, do seu corpo, da paisagem, das pessoas, e de tudo que o rodeia, não exclua nada e ninguém, e verá que no final, o quadro ficou completo.



A Vida se auto contemplando



Paz

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