domingo, 19 de abril de 2009

“…pede e ser-te-a dado…”

Jesus disse:

“…pede e ser-te-a dado…”

Partimos do princípio que afirmação de Jesus, alega que Deus o Universo, tudo nos concede, o que de facto é verdade. Porém a afirmação deverá ser analisada na sua profundidade, e não interpretada superficialmente. O mesmo será dizer que devemos decifrar o seu conteúdo de forma rigorosa.

Vejamos a primeira palavra “Pede” quem é que pede? Devemos então saber qual a identidade por detrás do pedido, em seguida devemos questionar o porquê desse mesmo pedido, e por último qual o benefício desse pedido. Todas estas questões se encontram interligadas, sustentando-se umas ás outras, o que por sua vez paradoxalmente também significa que podem se auto boicotar, de forma a anular o pedido.
Vejamos o seguinte exemplo:

Suponhamos que o pedido reside no surgimento de dinheiro na sua vida. Pois a situação financeira é difícil e por consequência certas e determinadas questões necessitam de ser resolvidas.

A Presente situação revela-se como uma carência, você carece desse dinheiro em prol, da actual situação. Por detrás desse sentimento de carência reside um conjunto de factores, que por si só, bloqueiam e boicotam o pedido inicial, de nada adianta solicitar a Deus por algo, quando a sua situação fisiológica, mental e emocional demonstram o contrário.

Por outras palavras, você inconscientemente não acredita na concretização do pedido, e a apoiar essa crença reside o medo terrível de não conseguir o resultado pretendido, o medo funciona assim como um bloqueio energético, que o impede de concretizar e receber a satisfação dos seus pedidos, culminando assim na frustração e angustia de não obter o que pediu.

Este é apenas um exemplo entre infinitos. Outro aspecto vital e de extrema importância é o de desmistificar quem é que pede, quem é a identidade que pede?

Aquele que pede por carência, se identifica com falta, por outras palavras sente-se incompleto e separado, talvez não merecedor. Por detrás da carência reside sempre o medo, Carência e medo são assim tido como sinónimos, pois se auto perpetuam, ambos provêm do ego, aquele que se julga separado de todo o resto, pois só a falsa identidade de separação é capaz de projectar tais sentimentos emoções e pensamentos de carência.

Neste caso o resultado é óbvio, a não concretização do pedido, salvo excepções de incrível esforço.

Será então legítimo perguntar como fazer, para obter o que pedimos. Para isso o leitor deverá, uma vez mais analisar os aspectos anteriormente referidos. Vejamos se o leitor carece, é porque algo de “errado” está a ser experimentado, ou melhor algo não está funcionando da melhor forma, logo devemos desmistificar o porquê.

Se partirmos do principio que somos filhos de Deus, que a Natureza é abundante, que Deus quer o nosso melhor, que nada nos falte, sendo também essa a nossa vontade, e que tudo que nos acontece conscientemente e inconscientemente é da nossa inteira e exclusive responsabilidade.

Então será legítimo afirmar que o “problema” só pode residir no nosso inconsciente, por outras palavras a falsa crença no ego se auto perpetuou de forma inconsciente, resultando no boicote, obstrução e não concretização do pedido.

A solução será então o de vigília e iluminação desse estado, transformando o inconsciente em consciente, expandindo assim a evolução natural do “seu” SER.

Mas para que isso seja possível o leitor terá que se auto descobrir, analisar, relembrar e se auto contemplar, de forma a encarar os pensamentos, emoções, e corpo como algo (separado) e parte de si, por outras palavras uma criação sua.

Nesta “fase” o leitor descobre o seu novo “EU” que sempre fez parte de sí, quando descobrimos a consciência que somos, vemos as coisas como elas realmente são, ou seja vemos os pensamentos, emoções, sentimentos e corpo, como parte de nos próprios mas não quem nós somos, é nesta distinção que reside o seu despertar, você lentamente se identifica como criador que “É”.

A vida o abraça num gesto mútuo.

Uma vez identificado o “problema”, quer sejam pensamentos negativos, sensações de tristeza, angustia ou medo, todos eles lentamente apresentam-se como algo separado, algo que vai e vêm, que possui uma essência efémero e fictícia, meras nuvens que passam na sua existência, na imutabilidade Consciente que você “É”.

É então que você pára de auto perpetuar-se, com esses mesmos pensamentos, emoções e sentimentos. Identifica-os mas não os alimenta, permitindo assim o desvanecer do mesmo.

Em simultâneo a tudo isto o leitor vai aumentando o seu grau de consciência face à experiência do momento, uma experiência sempre realizada no Aqui no agora.

Consoante a sua Consciência vai despertando, o leitor vai lentamente reconhecendo-se a si próprio como parte integrante do todo e o todo em simultâneo, nesta fase a carência cessa, pois a própria carência não possuí lugar no todo, o mesmo será dizer que ambos não podem coexistir.

A separação entre ambos torna-se assim óbvia, revelando-se como estado de medo ou estado de Amor, estado fechado, estado aberto, um oferece tranquilidade Paz e Harmonia o outro oferece perturbação, dúvida e angústia.

Quando atingimos esse grau de consciência a vida flui como a chuva que cai num dia de inverno (naturalmente) e sem esforço, pois a natureza em nada se esforça.

Para realizar esta verdade, o Leitor deverá viver a vida como se fosse uma verdade já adquirida e indiscutível por outras palavras (SER fazer e ter). O Universo coopera assim consigo de forma sublime miraculosa e mágica.



Toda a concretização e auto realização dos seus pedidos deverá assim acontecer primeiro no plano interior, da sua Consciência, no reino do não manifesto, a sua alma o seu espírito, para só depois se manifestar no exterior.

Ou seja no seu intimo você já sabe que já está realizado completo e pleno face ao assunto em questão, e que o sentimento de carência face a esse pedido é ilusório.

O saber interior é assim sinónimo ao lápis que escreve a sua vida. O Leitor sabe no seu intimo que você e a vida são UM.

Nunca será demais referir que o processo espiritual é um processo diário momento a momento, e toda a queda significa o reconhecimento da ilusão, resultando no crescimento do seu despertar.



Paz

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